sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Alianças- Poesia que meu pai fez e deu de presente para minha mãe quando eles noivaram (1934)


Aliança, algema divina,
a mais doce das prisões,
é uma roda pequenina
que encerra dois corações.
Modesta, foi na verdade,
porém vale um tesouro,
é toda felicidade
dentro de um círculo de ouro.
Rodinha frágil e fina,
que mais parece um brinquedo,
Com ela qualquer menina
prende o rapaz pelo dedo.
Na mão direita figura,
Com penhor de afeição,
mas é completa ventura
se mudar para a outra mão.
Elo solto da corrente
que DEUS fulgiu de amor puro
e que através do presente
liga o passado ao futuro.
Elo de ouro és a esperança
das horas risonhas e calmas,
felizes,dos que nas alianças
acham a aliança das almas.
Na velhice lembra os enredos
dos sonhos da mocidade
depois, duas em um só dedo,
uma vive, a outra é saudade.

De:Félix Maciel Gambôa